Recebi um email da direção da escola a dizer que quer falar comigo por causa da minha disciplina. Assim, a seco, sem cumprimentos ou assinatura. Isto foi o suficiente para me arrasar com os nervos e com o dia. E para me deixar a tremelicar até ao dia da conversa. Devem vir aí críticas sem nexo, coisas comezinhas que só ali se admitem. Sinto-me com o estomago embrulhado e como se tivesse lavado um soco.
Como disse ontem, fui ao "hospital" com o meu passe para tratar o chip. Tal como suspeitava, o chip já está cadáver (lol) e não há nada a fazer a não ser o funeral. Já tenho a papelada necessária para doptar outro passe com um chip zero quilómetros.
Apanhei a camioneta de regresso a casa e duas ou três paragens à frente, entram duas senhoras de muletas. Sentam-se à minha frente e começam a falar uma com a outra acerca da fisioterapioa que estão a fazer, das suas maleitas e respectivos progressos. A determinada altura começam a falar de massagens e exercícios que faziam.
Uma delas, a mais velhota, começa a contar à outra:
- Olhe quando ela me começa a fazer massagem e me toca aqui (tocou na perna), dá-me cá uma câmara...!
Virei a cara para a janela e só não me escangalhei a rir porque parecia mal. Mas que o meu inner self se riu a bandeiras despregadas, garanto que riu!
Conversa entre dois estudantes, com idades entre os 15 e 17 anos, que vinham comigo na camioneta:
Estudante 1: Então segunda-feira vais à escola?
Estudante 2: Não, vou-me baldar... vou gozar o meu último dia de férias em grande!
Estudante 1: Eu ainda não sei se vou... é melhor gozares o último dia... é que depois nem vais ter tempo de coçá-los...
Estudante 2: Olha não vou...!!! Coço-os durante as aulas...
E ainda andam por aí a dizer que os estudantes não fazem nada! Com o novo Estatuto do Aluno, os alunos ficam tão ocupados, mas tão ocupados, que para os pobrezinhos os coçarem... só mesmo enquanto a professora explica quanto é 2 mais 2...!
Reconheço que sou um bocadinho comichosa com algumas coisas. Sou assim desde miúda e por mais que tente moderar estas “comichões”, existem algumas que não tenho conseguido… mesmo!
E uma dessas “comichões” irrita-me solenemente, faz-me chegar aos píncaros dos meus nervos, do meu stress, ou seja lá o que for!
Sabem aquelas pessoas que quando estão a falar connosco, nos estão sistematicamente a tocar nalguma parte do corpo, geralmente no braço? Ai que neeeervos!
Desculpem-me mas ainda não percebi qual o intuito daquele toque insistente e irritante.
Será para chamar à atenção? Será para acalmar? Será para ver quanto tempo uma pessoa resiste sem explodir? Será para passar energia? Ou será, ainda, para ver se a pessoa ainda está ali?
Pois em mim, o efeito que tem é o de querer zarpar dali imediatamente, em velocidade warp. Para além disto, exalta-me os nervos de uma tal maneira que até fico cheia de urticária e de pêlos em pé! E quanto a energia… se passarem um fósforo por mim, naquela altura, até faz labareda! Ah mas não sou eu a responsável pelos incêndios aqui do nosso pequeno país Tuga…
Mas o pior é que essas pessoas não se enxergam, ou pelo menos fingem. No meu caso, a tendência é para ir recuando para me afastar do toque dessas pessoas. Esses toques são ferros em brasa a tocar nos meus braços. Mas o pior é que quanto mais recuo, mais elas avançam para cima de mim com medo que eu fuja!
Sacudo os braços conforme me tocam e a minha voz parece possuída por uma raiva qualquer… mas o que continuo a achar mais incrível é a curta visão periférica e até central dessas pessoas, que são incapazes de ver o quão esse gesto irrita os outros.
É que nem todas as pessoas têm o dom de ter um toque agradável, balsâmico e calmante. Não. Isto não é um dom que se adquira, nasce connosco. E muito menos virá de pessoas que têm duas caras e que funcionam por interesses pessoais. Nevertheless (amo esta palavra!) consideram-se o supra sumo não sei do quê e - agora esta é demais! – julgam-se superiores aos outros quando elas próprias não passam de parasitas da sociedade!
Deixo aqui um conselho aos eventuais leitores que possam ter este “tique”: evitem o toque enquanto estão a falar com alguém. Tentem controlar-se. É que isso é tão irritantezinhooooo….
… uma boa companhia. As noites estão frias e chuvosas. Apetece estar enfiada na cama, confortável e aconchegada, partilhando o espaço com um companheiro simpático e quentinho.
Nas últimas noites, uma vez que estou sozinha, tenho recorrido com frequência a este amigo. É uma forma de compensar a solidão, obtendo algum prazer… é incansável, rende-se às nossas vontades e nunca reclama. Seja no trabalho ou por prazer, posso sempre contar com ele.
Interage connosco horas a fio, sempre com uma performance exemplar, mostrando-nos aquilo que mais desejamos.
Não o partilho com ninguém. É meu, único e exclusivamente meu.
Tem o formato ideal, ajusta-se na perfeição às minhas pernas, usa a minha cor preferida e é agradável ao toque…
Espero que esta minha confissão de traição não vos tenha chocado. É assim que traio o N. quando ele cá não está. Tenho de compensar a sua ausência, certo? Por isso, passo as noites na conversa no computador!!! Estavam a pensar o quê?!